sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Realidade

Já tem um tempo que não posto por aqui, mas hoje darei espaço a um texto um tanto metafísico, filosófico e reflexivo, espero que degustem com moderação.

Se eu posso saber o que é Real, eu tenho duas possibilidades; a primeira: minha consciência é separada do mundo exterior, eles (minha consciência e o mundo exterior) existem por eles mesmos, são independentes, se minha consciência existir não posso dizer nada do mundo fenomênico, portanto só posso saber se ela é Real; mas o que é ser Real? Ser Real é existir independentemente de qualquer outra coisa, ser eterno e não ser passível de transformações. Portanto, se eu não for Real, não vai alterar em nada no mundo exterior e este último é Real. Se o mundo externo não for Real, não vai alterar em NADA em mim, logo eu sou Real; e completando, se nada for Real (nem eu e nem o mundo exterior), serei incapaz (mentalmente) de dizer o que é Real e se os dois forem Reais, provavelmente teremos dependência entre o interior e o exterior e entramos na segunda possibilidade: eu e o mundo exterior somos dependentes, i.e., há um grau por menor que seja de dependência entre os dois entes.

Aqui essa possibilidade se divide em duas, pois qual é dependente de qual? Pode haver uma hierarquia, uma é causa e outra é efeito. Podemos ter o mundo exterior como causa? Se for assim nosso "eu" depende do mundo exterior e através dos nossos sentidos, aquele nos comanda e portanto somos Reais (o mundo exterior sendo causa e "eu" sendo efeito), mas se eu sou efeito do mundo exterior, tudo em mim é o mundo exterior e eu sou apenas a "manifestação" dele, logo não existo. Já eu sendo a causa, é através de nossos sentidos (físicos ou não) que manifestamos o mundo exterior, portanto o exterior não existe e só eu sou Real.

Essas são as possibilidades, hipóteses e por algum experimento elas devem passar.

Vamos a (uma tentativa d') ele.

Se eu quiser mover alguma cadeira, primeiro penso em mover, penso então em como mover e concluo o pensamento. Caso eu queira mover, eu adquiro vontade e a concluo e logo depois ajo, concluindo a ação e manifest(ação). 
Eu alterei o mundo exterior. Vamos para o outro lado da moeda.
A cadeira pensa em mover? Não, então não conclui o pensamento.
Ela quer me mover? Não, pois não concluiu o pensamento (lá em cima) e portanto a vontade é nula.
Ela me move? Não, pois não concluiu o pensamento (novamente), nem a vontade, nem a ação.
Concluimos que se alguma parte do todo não é causa, o todo não pode ser.
Foi percebido então que eu sou causa e o exterior é efeito, logo só posso dizer que eu sou Real.

Se, por esse modo, posso dizer que eu sou Real é porque tenho uma mente e consciência, e todos os portadores desse objeto são causadores, mas se as ações de todos os portadores forem independentes entre si há caos.



Por exemplo, se forças num sistema físico forem opostas umas às outras, não há força resultante e não há movimento e/ou ação resultantes. As forças (todas ou a maioria) devem estar em harmonia em uma direção e em um sentido e gerar força resultante.
Podemos fazer o contrário, quando há uma força resultante, podemos decompô-la em infinitas forças infinitesimais.
Fazendo uma analogia, podemos demonstrar que as infinitas forças são todos os portadores de mente e a força resultante é a Mente Infinita e Total.
Então ela é, portanto, a única causa e a única Realidade.

2 comentários:

  1. Então, no início, o mundo exterior não pode ter causado a si mesmo, deve ter havido um pensamento antes de sua formação, logo, uma mente por trás disso. Sem afirmações, apenas partindo de seu pressuposto. Correto?

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  2. É mais além. O próprio pensamento faz parte do mundo exterior, é uma ação da consciência, da mente. Não estou colocando aqui fatores históricos, nem cosmogônicos. Entendo seu ponto de vista, mas não foi bem o que eu quis dizer no texto.

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